Os jovens na Europa precisam de um futuro!
Promover níveis salariais dignos, prevenir a precariedade laboral, as irregularidades e a evasão fiscal nos contratos laborais. Estas medidas fazem parte de um conjunto de 5 recomendações, que constam de um relatório europeu que a Cáritas Portuguesa apresenta no próximo dia 27 de fevereiro, a partir das 10:30, no auditório Mário Murteira, no ISCTE-IUL – Av. das Forças Armadas 376, 1600-077 – em Lisboa.
Este encontro terá como oradores, Jorge Nuño Mayer, secretário-geral da Cáritas Europa, Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa e Sofia Alves, chefe de representação da Comissão Europeia em Portugal.
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As recomendações, resultam de um trabalho de auscultação da realidade nacional, através das Cáritas diocesanas, organizações/instituições nacionais que trabalham com jovens e na relação com os dados oficiais, disponíveis até ao momento da sua elaboração, assim como da análise do impacto das políticas nacionais de combate à pobreza e à exclusão social entre os jovens. As recomendações foram feitas em conjunto com os restantes países que participam neste relatório que é coordenado pela Cáritas Europa. O relatório olha de forma particular os grupos de jovens estudantes, trabalhadores, desempregados e portadores de algum tipo de deficiência.
Uma das principais conclusões deste relatório – Os jovens precisam de um futuro! – aponta para o facto de as políticas adotadas nos últimos 10 anos não terem conseguido a quebra de ciclos de pobreza geracional. Com um desemprego juvenil de 20,8% (6,1% superior à média da UE) e 14% dos jovens que abandonaram a escola (4% acima da média da UE), um número significativo e de jovens portugueses sente que não tem futuro.
“Quebrar ciclos de pobreza é uma responsabilidade de todos, com particular incidência nos que pensam as medidas políticas e naqueles que as devem executar com eficácia. A Cáritas permanece atenta à realidade social dos mais jovens, sem esquecer os demais. Este estudo é apenas um contributo para evidenciar a realidade que enfrentamos, mas também a nossa disponibilidade em colaborar para a estabilidade da vida dos jovens portugueses possa ser melhor”, afirma Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa.
Ao nível europeu, o estudo revela que esta é a primeira geração de jovens a enfrentar o risco de empobrecimento em relação à geração dos seus pais. A Cáritas Europa adivinha um novo tipo de pobreza juvenil: jovens casais trabalhadores que dificilmente conseguem suportar as suas despesas e que não podem construir uma família. A Cáritas chama-lhes de “SINKIES”.
“Os SINKIES são um sinal extremamente grave que os decisores políticos devem levar muito a sério. Se a tendência se tornar normal, isso provocará sérias consequências para a coesão social da Europa, modelos sociais e sistemas de proteção social. Corremos o risco de ser uma sociedade que se afunda se nenhuma medida for tomada agora”, afirma Jorge Nuño Mayer, secretário-geral da Cáritas Europa.
A apresentação deste relatório é integrada na Semana Nacional da Cáritas durante a qual se procura evidenciar a ação da Cáritas no combate à pobreza e exclusão social. No primeiro semestre de 2017 a Cáritas atendeu mais de 68 mil pessoas. Problemas relacionados com o rendimento, o trabalho e o sobre-endividamento continuam a ser as principais razões pelas quais as pessoas procuram a Cáritas, seguindo-se os encargos com a saúde que têm subido progressivamente.